sábado, 31 de março de 2012

Aula 2 - (09/03/12) - Professor autor dos currículos

Professor autor dos currículos 

  • Inicialmente nesta aula foi mencionado sobre o senso investigativo que o professor deve ter. O professor, mais que apresentar um conjunto ordenado de atividades, roteiros e avaliações, deve estar sempre investigando sua própria pratica docente. Caso o professor mencione que não há nada o que investigar em sua prática, este fato já é objeto de investigação. Porque por mais que os conteúdos e atividades sejam reproduzidos, eles serão direcionados para alunos diferentes. Quando a leitura da atividade pedagógica é direcionada para os alunos, a prática docente sempre é objeto de investigação e o professor se torna pesquisador desta prática. 
  • Foi discutido também sobre a “escada” na qual estamos sempre sujeitos a associar a idéia de subida como progresso. A professora então indagou: será que descer não é também avançar? Quando a escada é relacionada com um processo de caminhada eminentemente humano, não podemos associar a descida como fracasso, descida, ou retrocesso. No processo de aprendizagem do ser humano sempre avançamos. Basta olhar o erro, ou aparente descida, como um aprendizado para uma nova caminhada. Esta ideia deve permear também a atividade docente. Os avanços do processo de aprendizagem são feitos de descidas e subidas. Para subir precisamos descer. O professor pesquisador deve ter a percepção de que o erro do aluno pode ser visto como uma ponte para continuar o caminho de seu processo de aprendizagem. 
  • Outra questão discutida foi que a definição de currículo traz consigo as questões primordiais: o que é educação? O que é ensinar? O que eu quero formar? Qual endereço explícito ou implícito de minha prática pedagógica? Tais questões trazem reflexões profundas para a educação e estão muito associadas às particularidades de cada professor (subjetividade). Nós, professores, estamos tão envolvidos com os tramites burocráticos da escolaridade, como: avaliações, cumprimento de programas etc. que esquecemos do fim último da educação. Afinal, o que é educação? Para que estamos ali na frente da sala de aula? Longe de reproduzir definições exatas, mas somente reflexões iniciais, educação é sujbetivar o conhecimento que a humanidade construiu e transmitir aos alunos situando tal conhecimento no seu processo de ensino e aprendizagem. Educação também se situa no macro e micro contexto histórico, social, político, econômico e cultural no qual a Escola está inserida. Dessa forma, a educação tem um enfoque muito ampliado, sendo que na atualidade ela possui uma visão mais relacionada à formação profissional. Ensinar não é somente transmitir conhecimento, mas também ver o que ele produz no aluno, ou seja, o quanto esse conhecimento é significativo para ele. Ensinar é querer estar com os alunos e assumir o lugar de professor, que procura transmitir o conhecimento subjetivado. 
  • Com tais indagações, três concepções de currículo são descritas: 
      1)-Prescrito oficialmente
      2)-Currículo vivido
      3)-Currículo oculto

  1. O currículo prescrito oficialmente está relacionado a políticas institucionais, tanto públicas como privadas, que definem disciplinas e conteúdos das mesmas, ou até mesmo a forma de como tais conteúdos devem ser transmitidos pelo professor. Em relação a este currículo, será que a seleção de conteúdos e disciplinas favorece a construção da subjetividade? O professor reproduz e forma um modo de pensar na sociedade cuja responsabilidade e âmbito de sua prática não são constatados de imediato. 
  2. O currículo vivido é o que acontece de fato em sala de aula. Ou seja, está relacionado à didatização dos conteúdos e às situações que ocorrem em sala de aula nas relações: professor-aluno, aluno-aluno, professor-instituição, professor-professor. Quando vivemos o prescrito oficialmente, várias coisas escapam da objetividade. 
  3. O currículo oculto está relacionado ao que é implícito na prática pedagógica, bem como nas situações ocorridas em de sala de aula. São as entrelinhas do currículo vivido e prescrito oficialmente. Como o este currículo possui uma interpretação subjetiva pelo professor, alguns questionamentos são pertinentes: o que o professor sabe enxergar do currículo oculto? Quais os fundamentos de seu senso investigativo? Qual a sua postura perante aos alunos para gerenciar situações em sala de aula, como por exemplo a indisciplina? O que ele sabe enxergar das entrelinhas da indisciplina? Será que esta não é uma forma  dos alunos me dizer algo não verbal? O professor deve perceber as múltiplas  realidades de situações implícitas que compõem o currículo. Desta forma, a leitura do currículo oculto está muito relacionada à reflexão pessoal de cada professor.
  • O professor não é autor em currículo, mas co-autor do mesmo cuja construção ocorre junto com o aluno num processo de diálogo entre subjetividade e objetividade dentro de um contexto sócio-histórico. Esta questão é muito pertinente porque traz a seguinte indagação: o professor como co-autor do currículo não possui voz somente para viver ou interpretar as entrelinhas do currículo, mas também de participar da construção do que vai ser prescrito oficialmente. Caso contrário, outras circunstâncias e motivos entram em jogo para condicionar sua prática. 


Um comentário:

  1. Gostei dessa ideia...me lembre de sugerir ao grupo que criem esta pasta e assim, nossas aulas poderão ser registradas aqui.Parabéns!

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